O governo sul-africano ameaçou com prisão o pastor Chris Oyakhilome da igreja Embaixada de Cristo. O motivo é o fato de ele se recusar a abrir as contas de seu ministério. O processo é parte de uma iniciativa da Comissão para os Direitos Culturais, Religiosos e Linguísticos da África do Sul (CRL Rights Commission).
As autoridades exigem que vários líderes religiosos sejam investigados pela “comercialização de religião e abuso de crença”. Uma varredura contábil está sendo feita e várias igrejas precisam apresentar sua documentação, bem como extratos bancários e registro de movimentações financeiras desde 2012.
A presidente da CRL, Thoko Mkhwanazi-Xaluva, afirmou claramente que “Alguns desses líderes religiosos irão para a prisão se não cumprirem as exigências”. Asseverou que alguns já ameaçaram publicamente a comissão. Ela deixa claro que os que desafiarem a lei terão de responder judicialmente por isso.
O pastor Oyakhilome, nascido na Nigéria, mas que lidera uma rede de igrejas em diversos países do mundo, já avisou que não vai abrir suas contas.
Mkhwanazi-Xaluva explica que o governo não permitirá mais que os pastores tomem dinheiro de seus seguidores sem prestar contas do que é feito com ele.
As lideranças da maioria das igrejas do país – incluindo católicos, metodistas, luteranos e presbiterianos – estão entregando a documentação exigida. Contudo, os líderes cristãos que defendem a teologia da prosperidade estão se negando. O bispo Steven Zondo, da Rios de Água Viva, veio a público afirmar que a comissão era formada por “adoradores do diabo” e repleta de “Anticristos”.
O pastor Paseka Motsoeneng, disse à comissão que preferia ir para a cadeia do que entregar seus registros financeiros. Ele é o fundador da Igreja Acontecimento Incríveis, e ficou conhecido por suas campanhas de “curas e milagres”. Justificando-se diante dos fiéis, afirmou que está pronto para ser preso “por causa da minha fé”.
Entenda o caso
A luta do governo com o que ele chama de ‘falsos profetas’ não é apenas por causa da questão financeira. Em julho a imprensa sul-africana publicou fotos do pastor Penuel Mnguni, do Ministério do Fim dos Tempos, dando cobras vivas para os fiéis. Eles deveriam engolir os animais para ‘provar a fé’. Dizia ainda que as cobras virariam “chocolate”.
O caso teve grande repercussão. Mnguni foi denunciado pela Sociedade Protetora de Animais e criticado abertamente pelo Conselho de Igrejas Sul-Africanas. Dias depois, sua igreja foi incendiada por uma multidão revoltada com sua conduta. O pastor chegou a ser detido, mas foi liberado por falta de provas.
A investigação sobre o “pastor das serpentes” acabou evoluindo para que incluísse vários outros, acusados de diferentes abusos. Outro envolvido é Lesego Daniel, do Rabboni Ministries que já fez seus seguidores beberem gasolina e comer grama para serem abençoados.
Paseka Motsoeneng, que tentou afirmar que o caso era perseguição religiosa, também responde por acusações que abusou sexualmente alegando que iria exorcizá-las. Com informações Premium Times
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