sábado, 12 de janeiro de 2013

Pastor responde a processo por “crimes contra a humanidade”





Começou nesta segunda-feira (7), em Massachusetts, o julgamento do pastor e advogado Scott Lively. Ele está sendo acusado de “crimes contra a humanidade” por ter apoiado a perseguição de gays e lésbicas em Uganda.
O líder evangélico norte-americano foi processado pela Organização Minorias Sexuais de Uganda, a qual alega que ele teve “participação ativa em uma conspiração para despojar os direitos fundamentais de pessoas LGBT, o que constitui perseguição”.
Este é o primeiro caso de responsabilização internacional por causa de perseguição baseada na orientação sexual e identidade de gênero a chegar até os tribunais americanos pelas mãos do Centro de Direitos Constitucionais.
De acordo com o jornal New York Times, o processo contra o Lively alega que ele “conspirou com líderes religiosos e políticos em Uganda para gerar uma histeria antigay, com falsas advertências que os gays iriam sodomizar crianças africanas e corromper sua cultura”.
Em 2009, o país africano começou a discutir um projeto de lei, conhecido por alguns como a lei “Mate os Gays”, que iria impor a sentença de morte a homossexuais ativos que vivem com o HIV ou em casos de estupro de pessoas do mesmo sexo. Mas a lei foi inicialmente descartada após um protesto internacional.
Contudo, voltou a pauta em fevereiro de 2012. Lively expressou seu apoio para a revisão do projeto em seu blog, escrevendo que apoiava essa revisão para impedir a “rápida e contínua cultura de homossexualização em Uganda”.
Nos EUA, Lively atraiu a ira de organizações em defesas da população LGBT por conta de seu livro “A Suástica Rosa”, onde argumenta que alguns dos conselheiros mais próximos de Hitler eram gays, e que eles ajudaram o mentor do Holocausto.
“Embora não possamos dizer que os homossexuais provocaram o Holocausto, não devemos ignorar o seu papel central no nazismo”, escrevem Lively e Kevin Abrams, que fizeram o livro a quatro mãos”.
Porém, durante uma entrevista à rede Current TV em 2010, Lively afirmou que nunca apoiou a pena de morte dos gays em Uganda, embora considerasse a situação difícil. Para ele, o objetivo da lei seria “proteger toda a sociedade”, e além de ressaltar que Uganda era um “país cristão”, chamou o pastor Martin Ssempa de “amigo e um bom homem”.
Ssempa, líder da Igreja da Comunidade Makerere, na capital Kampala, é um dos maiores ativistas antigay de Uganda. Ele é criticado por usar “táticas sensacionalistas” contra a comunidade LGBT, incluindo a defesa de que a homossexualidade está ligada à pedofilia
Ssempa também teria exibido filmes pornográficos gays em igrejas e conferências em Uganda. Lively teria pregado em Uganda contra a homossexualidade, o que despertou a ira da Organização Minorias Sexuais de Uganda, que levou o processo até os EUA.
O pastor Scott Lively e sua família tem pedido pela internet orações e apoio da comunidade cristã internacional. Seu julgamento é inédito porque nunca antes alguém foi julgado por crimes contra a humanidade, segundo ele, apenas por pregar que Deus condena o comportamento homossexual naBíblia.
Diferentes especialistas acreditam que a condenação do pastor Lively poderia abrir um precedente perigoso, pois qualquer pessoa que pregue contra os homossexuais em qualquer parte do mundo poderá ser acusada de cometer “crimes contra a humanidade”. Traduzido de Huffington Post.

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